Treze anos de idade. Seus olhos já viram muita coisa. Saber que tudo aquilo que vivera era, agora, apenas aquilo. O tão pouco de vida, o tão pouco de experiência. Era difícil ouvir aquelas palavras e não demonstrar nenhuma reação. Na verdade, era impossível. Ela sabia que não terminaria o colégio e não assistiria até o fim da novela. Não iria se casar, como sempre sonhara. Não teria quatro filhos, muito menos um casal de gêmeos. Não viajaria o mundo ao lado da felicidade. Não conheceria as próximas décadas. Nem a próxima primavera. Talvez este seja o último fim de ano para ela. Será que vale a pena começar o ano se ela não irá terminá-lo? Suas unhas roídas apontavam o nervosismo que ela sentia. Ainda mais naquele momento. Era tão linda. Antes de tudo. Antes de nada. Prometeu para si mesma que pensaria positivo e que teria esperanças. Jurou que exorcizaria do seu vocabulário a palavra terminal. A única coisa que podia fazer era desabar em choros e desabafos desnecessários. No fim, ela não estaria mais aqui.
O médico engoliu seco e disse: - Me desculpe, mas você tem no máximo mais 3 meses de vida. - descruzou as pernas e tornou a cruzá-las.
Não sabia o que responder para o doutor. Apenas revirou os olhos em busca de palavras e as vomitou sem pensar: - Feliz é a morte, que no fim sempre tem uma companhia. Triste é a vida, que no fim sempre é abandonada. - Ela havia se conformado. Pelo menos por hoje.
Primeira vez que vc me contou que escrevia, vc também disse que tinha vergonha de mostrar. E, cara, fico muito feliz de vc ter perdido essa vergonha e ter um dia resolvido expor os seus textos para todos! Porque, Eric, se orienta você manda muito bem nos seus textos! ;D Parabéns!
ResponderExcluirEspero o conformismo não seja obra acabada. Hollywood me fez acreditar que essa é a hora de viver intensamente... E não se manter conformada :B
ResponderExcluirTomara que ela ainda curta o fim de ano e Carnaval :D
Ótimo texto, Eri-key! ;)