sábado, 13 de abril de 2013

Cotidianesco

Nosso amor foi efêmero
Foi blasé
Foi jornal.
Pulsando teu seio
Cantiga dorsal.

Suores nas costelas
Falanges coçam faringe
Articulações empoeiradas de tanto agitar
E as retóricas enclausuradas na meninge.

Lânguida da jugular
Ao prume altar.
Sê-la minha
Moçoila.
Bombas de Napalm.


domingo, 2 de dezembro de 2012

Previnir, atenuar, eliminar - Time mine


O mundo cheira a creme antirrugas
E o vento ecoa as ganâncias tuas
Fragilize a utopia acrílica e nua
E a magia do terror aluado ao vosso lado

Ferires tu como a si mesmo
Cabelos azuis extensos e fundos
Pisca como parceira do lusco-fusco lampião
E o magma corre e bate ao coração

Não é o começo do fim
Apenas a criação do mim
Em contraste a boa pessoa
Que na natureza ecoa seus ensejos
E tenta difundir os desejos de uma Terra Planeta


CONJUGAÇÃO DO MEU

NARCISO - 
MEU ESPELHO - 
MEU ADVERSÁRIO - 
MEUS PARCEIROS - 
MEUS DESCONHECIDOS -
MEUS ADVERSÁRIOS -

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Resumido; (re)UNIDO

Pense pelo interior.
Aja por conta do reflexo.
Não torne nada pior,
Ou crie mais um problema anexo.

A facilidade de movimentar os músculo faciais
talvez crie uma antipatia inesperada.
e,em dias de chuva,
precipitada.

Idade não diz nada.
Números são seguidos de outros infinitos.
O que vale é a consciência inalada
e a maturidade perante os aflitos.

Fecho a abertura criada
e crio uma grade fixada.

A partir de hoje sou obra de arte.
Admire e analise; não me infarte.

E se não me entende, interprete
as falas são para ser pensadas; pesadas;
Cansado; casado com um futuro soli(d/t)ário.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Penso, logo hesito.

Mais uma manhã chuvosa. Caminhando pela rua, as gotículas formigam minhas maçãs. Ao som de uma música calma e forte, vejo o sol nascer fronte aos meus olhares negros pela retícula finíssima de vidro. Meus pés congelados guiavam meu circuito. O destino era o mesmo da largada. O importante era o que viria durante. Talvez fosse outono e as folhas que se reviravam no chão fossem testemunhas da causa. Mas o vento que as inquietava mais pareciam flechas de gelo. Era inverno! Com toda a certeza. A alba que velava minha mente sussurrava que estávamos na estação das reproduções vegetais. As cores não estavam presentes naquela rua, mas talvez houvesse algum lírio ou tulipa beirando o murro pichado à bombordo. Continuava navegando na indecisão. Talvez primavera. A única presença que me assentava era a de que não estávamos no trimestre mais quente do ano. Não era verão! Com toda a certeza. O ar que circulava era rarefeito e, com tanto esforço físico-mental, me senti inquieto com os pulmões vazios e gélidos. Precisava parar e respirar. Com toda a certeza. Me recostei num dobrar de rua e fechei as pálpebras para viajar. Eram tantas dúvidas e percevejos que me picavam. Quando abri os olhos estava num penhasco vermelho sangue e o horizonte estava coberto de cinzas pretas. Sabia que a partir dali, minha vida seria um inferno. Com toda a certeza. Era melhor desistir e voltar para minha enxerga. Melhor dizendo, para meu corpo. Minha mente viajara para um mundo longínquo.

domingo, 24 de junho de 2012

[Qualquer lugar de abrigo, de refúgio ou de descanso.] - Porto

Ancorei minha levianidade e me tornei dinâmico. Penso antes de dizer, mas nunca deixo de me expressar. Chega de inconveniências ou desencontros de assuntos. Se queres ser o que é, então seja desde a Missa do Galo até o último badalar que provém da sinagoga. Agora sei o que quero e vou atrás sem olhar para lá. Me chamo Porto e espero que só fiquem os que quiserem entrar ou os que estão a procura de bem-estar e superioridade. Reclusas fechadas para mesquinhos e inferiores. Cresci...

...e tenho vivido.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Apatia crônica

Três metros cúbicos de sala. Uma mente que tentava esvair os maus pensamentos. E uma chave que abria o peito em prantos. O barulho do teclado acalmava os tímpanos exauridos de vida. O único tremor que o martelo sentia era o das batidas dos dedos uniformes nas teclas pretas escritas em dourado. Uma letra por tecla. Uma tecla por símbolo. Números e acentos se mixavam no emaranhado de jargões e 'sem-sentido'. Não podia fumar. Muito menos comer. O sono já havia se divorciado do pobre genitor. Só lhe restava vomitar palavras. Na verdade sílabas desconexas. Pontos sobre vírgulas e travessões anti-rábicos. Cinco segundos, ou horas, para estralar as juntas e já era hora de dizer o que tinha que escrever. Era preciso parar de rodopiar em torno da grande dúvida que alimentava o cordão circuncidado do pobre feto anencéfalo. Afinal, o que significavam todas aquelas palavras sem nenhum sentimento? Porque escrevia se era a vácuo? Nada possui nexo sem uma tinta de sentimento. Seu corpo era um quarto branco. As cores evaporaram antes mesmo de nascer. Sua apatia emergia da ausência de empatia familiar.

domingo, 18 de março de 2012

A resposta

Olhos
Boca
Pescoço

Suspiro
Arranhões
Mordidas

Sim
Não
Talvez

Amigos numa caixa
Lápis coloridos ao chão.



E a única conclusão:
estou certo.
Deixei o tempo assumir o volante por um tempo.


(multi-interpretativo; unidirecional)